segunda-feira, 18 de março de 2024

Do Amor…

 Nem sempre é fácil cumprir o que prometo de passar por cá, especialmente porque me falta muitas vezes disposição, mas esta semana que passou foi melhor em alguns aspectos. Não que a mãe esteja melhor, que não está, está na mesma, mas porque me sinto mais segura do que faço, acreditem, sinto todo o Amor do mundo comigo. Agora tenho a visita de uma psicóloga a quarta feira de manhã, que ainda estou a tentar “digerir” se me faz bem. Porque me chamam muito á questão de pensar em mim, voltar a fazer as minhas coisas, sair senão me cuidar não posso cuidar dos outros, enfim…mas talvez eu seja diferente e sinta esta necessidade de aqui estar, de cuidar, ainda estou em análise.

Sinto muitos dias em que cá vem a enfermeira pensa que está no fim, vejo no olhar dela, que a minha mãe está por poucos dias, talvez esteja, mas não quero estar sempre a pensar nisto. Gostaria que não me estivessem sempre a perguntar se estou preparada…ridículo, sou adulta, talvez ingénua mas não o suficiente para não ver o estado da minha mãe nem egoista de a querer a sofrer.  Mas estarem sempre a prever futuros negros não ajuda em nada, quando tiver de ser, será. 

Estou bem por enquanto, que Deus decida quando quiser, por agora eu faço o meu melhor. São proibidos prognósticos, são proibidas questões como “a carne de vaca tem muitas areias” “ o” o Nestum prende os intestinos” “não será melhor ser aspirada” “ e oxigénio porque não lhe dão?”… há gente que chora, mas que em nada ajuda. Não façam isto porque um destes dias… a Marina explode. 

Agradeço tanto quem vem por bem, por me ajudar e gostar de mim, quem me telefona e vem ver ao domingo. Quem me abraça e diz estou aqui se precisares… mas inconvenientes…os delas puseram- nos no lar. 

Hoje a minha mãe depois do Nestum, disse- me, tenho tanta pena que estejas aqui, porquê perguntei -lhe eu, porque não estás a fazer a tua vida, respondi -lhe, mãe tu és também a minha vida e eu amo -te muito e ela olha- me com os seus lindos olhos que as vezes são cinzentos  carregados de lágrimas e diz-me, também eu te amo muito, muito, muito.

Cinco minutos depois chamava o pai e dizia leva- me…

3 comentários:

  1. Pois,não é fácil. Mas sabe,muita gente põe no lar,porque tem que trabalhar,nem todos podem estar de baixa tempo indeterminado. Não se vive do ar. Certos empregos não se comparecem. E pessoas sozinhas com os(as)doentes e sem uma almofada e suporte financeiro não têm outro remédio.

    ResponderEliminar
  2. Pois,não é fácil. Mas sabe,muita gente põe no lar,porque tem que trabalhar,nem todos podem estar de baixa tempo indeterminado. Não se vive do ar. Certos empregos não se comparecem. E pessoas sozinhas com os(as)doentes e sem uma almofada e suporte financeiro não têm outro remédio.

    ResponderEliminar
  3. Infelizmente, é verdade. Eu já não teria o meu contrato renovado se metesse baixa prolongada.

    ResponderEliminar

Obrigada pelo comentário😗