Efectivamente...

 Há coisas que me aborrecem e muito. Quando a mãe saiu do hospital da primeira vez, a secretária do piso 5, cirurgia, a secretária da unidade, andou sempre, desde o dia anterior, a alertar-me para antes ir falar com a Assistente Social para que ela me ajudasse com a saída da mãe, eu referi que a mãe vinha para casa dela sendo que eu iria para lá tomar conta dela, ah então vá lá para que ela a ajude com a ajuda para a higiene diária á mãe. Certo, no último dia enquanto esperava pelos documentos da alta da médica e da enfermagem, fui ter com a Assistente Social. Cheguei e ela perguntou-me em que me podia ajudar, eu disse que ia trazer a mãe para casa mas que iria precisar de ajuda com os banhos da mãe, uma vez que ela ia sair acamada e eu nunca lavei um idosos, pede-me alguns dados,  acerca de morada e no mesmo instante vai ao pc, abre no google e procura Casa Paroquial do Carregado,  depois Santa Casa da Misericórdia de Alenquer, escreve os dois números num papelinho e dá-me á mão, dizendo tem aqui duas instituições que fazem a higiene é só a Senhora contactá-los. Eu fiquei boquiaberta e disse, ah pensava que a Senhora tratava desses elementos e que isso fosse pela segurança social. Ah, não eu não trato de nada, a Sr. escolhe e vai ás instituições saber as condições. Certo. Vim-me embora com os números de telefone e com uma impressão menos boa da Assistente Social. Mas como eu fervo em pouca água e desconfio de muitas coisas, nada disse. Mas tanta coisa com a Assistente Social, afinal o que ela fez eu fazia em dois segundos no telemovel. No dia seguinte depois da mãe já estar em casa, fui ao  Centro Paroquial do Carregado, vulgo Lar,  perguntam-me o que quero e digo que quero saber dados sobre higiene ao domicilio, lá me abriram as portas da recepção. Entrei e disseram-me que para saber preços do serviço tinha de levar o IRS da mãe, dizer se tinha casa própria e uma declaração com os gastos mensais da farmácia. Digo que não fiz IRS da mãe, mas que tenho até no telefone o valor da reforma, não serve, a Assistente Social do Lar tem de ver , olhe vá ao Banco e peça uma declaração do valor que é transferido mensalmente e depois venha cá. Eu digo á Sr. que não podia ir lá outro dia pois tinha pedido a uma prima para ficar com a mãe para tratar desse assunto, há mas a Dr.  não a pode atender hoje, estava lá uma moça, mais nova do que eu a tirar um café e ficou a ouvir a conversa, mas eu nem liguei. Então pode perguntar á Dr. quando me pode receber? Saíram as duas a Sr. da secretaria e a que estava a tomar café. Voltou e disse-me olhe venha cá amanhã ás 13.30 com esses elementos e a Dr. recebe-a. Eu sinceramente, chateada, mas fui ao banco que  é em frente. Não me podiam, como é lógico passar uma declaração, só me pediam dar um extrato bancário, onde estivessem os depósitos da reforma. Certo.  Á saída do Banco ligo para a santa Casa da Misericórdia de Alenquer, em que a Sr. me pede os mesmos elementos, eu digo o valor da reforma, mais ou menos, digo que tem casa própria e que despesas de farmácia não havia muitas pois a mãe não tem doenças crónicas, Graças a Deus, A Sr pede-me dois minutos pergunta-me se eu quero higiene de segunda a sexta ou também ao fim de semana, digo que queria de segunda a sexta e a Sr. explica-me que há uma formula que se faz de acordo com a comparticipação da Segurança Social, e que desse modo o preço seria 225 euros uma vez por dia,  por mês, para uma reforma de cerca de 700 euros.

No dia seguinte fui á tal reunião com a Assistente Social, qual não é o meu espanto que era a Sr. que no dia anterior estava a beber café e foi incapaz de me dirigir a palavra, ignorando toda a minha conversa e fazendo-me ir lá novamente. Disse-lhe de imediato que não iria  estar interessada no serviço, nem que fosse de graça tal a atitude que tinham tido comigo, mas que queria saber o preço do serviço, pede-me os dados, diz-me que se eu quiser avançar o extrato bancário não serve, mas que aguardasse que me ia lá dentro fazer a conta, deixou-me sozinha numa sala que não a dela, porque fomos para um anexo para não irmos para a sala dela (?) e voltou com o valor de 244,10 €. Agradeci e disse que tudo isto me parecia duvidoso, então e se eu só quisesse dois dias por semana, ah não pode ser porque a segurança social só comparticipa se forem cinco dias.... Quer dizer para dar um banho por dia a uma idosa acamada a segurança social comparticipa a estas instituições e a lares mas a mim e outros como eu não podemos receber nada por cuidarmos dos nossos pais. Tudo isto me cheira a compadrio, ah e no Carregado sugeriram-me a farmácia a ir pedir a declaração, que o Sr. ajudava sempre a aumentar um pouco o valor com algumas pomadas e produtos de idosos...

Em terras pequenas tudo gira em volta de algumas instituições, farmácias, e algumas pessoas, não sou diferente de ninguém mas irritam-me estas pessoas que se acham superiores aos outros e os querem enganar .

Entretanto uma amiga de infância cuja mãe esteve ao mesmo tempo hospitalizada, saiu do hospital já com o processo encaminhado para o Lar do Carregado, de entrega de comer e banho ao domicilio, presumo mais do dobro do preço, a Assistente Social do Lar ainda me disse isto. Então quer dizer que a Assistente Social do Hospital encaminhou o processo, não foi ao google ver os números. A diferença é que era no piso 4 (Medicina Interna) onde a Assistente Social era outra.

Portanto até no Hospital tudo varia de piso para piso, eu iria confirmar tudo isto no segundo internamento da mãe...depois conto-vos para não vos maçar mais...

Por isso um lar em Portugal, mesmo miserável que seja, sem condições custa no mínimo 1200€ mais fraldas, e medicamentos á parte. Pergunto qual o reformado com valores mensais inferiores ao ordenado mínimo nacional o podem pagar, sendo que depois ninguém fiscaliza esses lares e é tudo o que se sabe, ah a filha quer cuidar da mãe em casa, então vamos dar um valor mensal aos filhos que o queiram fazer e vamos acompanhando essas famílias.

Mudava tanta coisa neste País...