Como nenhum médico me ligou e ouvi outras pessoas com o mesmo caso, um senhor que esperou até ás 23 horas e sem telefonema algum, resolveu dirigir-se ao hospital a essa hora e apresentar queixa no livro amarelo. Depois de sair da visita á mãe, em que tudo estava igual, falei com enfermeiro de serviço que me aconselhou a falar efectivamente com médico, que eles próprios são poucos e estão completamente assoberbados de trabalho. Fui ao balcão de admissão e pedi o livro de reclamações, disseram-me que teria de ser no gabinete de apoio ao utente, fui, atendeu-me um senhor já com alguma idade, mais de sessenta certamente, que gentilmente me perguntou qual a reclamação que eu queria fazer , expliquei-lhe o caso e ele disse que me ia ajudar, referi que ele não me ia persuadir a não reclamar, pois ia fazê-lo de qualquer maneira. No livro de reclamações até tem exemplo de como o devemos fazer seguindo as indicações do hospital, não liguei e fiz á minha maneira, era só o que faltava. Comecei a escrever, estava até muito calma, e ele começou a fazer vários telefonemas foi ver a ficha da mãe, acabei a reclamação, aguardei e ele disse já tenho ajuda para si, ai sim então diga lá. A senhora pode vir cá amanhã entre as 12.30h e as 13h para falar com a Dr. Filipa Silva dos Cuidados continuados? respondi-lhe que sim, mas achei estranho ser dos cuidados continuados e não das urgências, certo amanhã cá estarei.
Hoje a minha manhã foi péssima, não conseguia estar sozinha, vesti-me e fui para a rua, caminhei fui ao café, e peguei no carro fui comprar água, comprei dois croquetes comi e fui para o Hospital. Entretanto recebo uma chamada do hospital e pensei é agora que me vão dar informações, mas não, era a secretária do piso onde a mãe tinha estado internada a dizer que quando eu pudesse passar por lá tinham ficado uns comprimidos da mãe que eu levei e era para os ir buscar, certo até vou agora para ai e passo no piso 5. Fui, trouxe os comprimidos e fui para o piso dois onde são os cuidados intensivos, chego ao balcão explico o que venho fazer e a funcionária diz-me que é estranho, porque a Dr. Filipa tinha ido embora pois tinha feito noite ... a funcionária foi super simpática e não parou de ligar para vários médios da unidade. Até que alguém lhe disse que uma Dr. iria falar comigo, pediu-me para esperar que ia comer qualquer coisa e voltaria e me garantia que eu havia de falar com algum médico, pois enquanto ia comer ia tentar ligar a uma Dr. Margarida que tinha ido hoje fazer a ronda pelo SO. Certo, agradeci e esperei, pensei que ia passar lá muito tempo. Mas de repente abre-se a porta dos Cuidados intensivos, eu sabia porque a mãe já lá tinha estado, uma senhora perguntou-me se eu era a filha da D. Esmeralda.
Até que enfim, alguém que sabia a minha história e da mãe.
Dr. Ana Margarida Araújo, disse.me tudo o que havia para dizer, pediu-me desculpa por ser tão directa e sem rodeios. Chorei, chorei, a mãe jamais voltará a ser o que era, nem mesmo um quarto do que era, a recuperação não existe...a mãe está demasiado frágil. Ou faltará oxigénio, ou potássio, ou desidratada, ou outra coisa qualquer. Será quase impossível controlar, com a idade e o tipo de operação que foi feita.
Chorei, conversámos, agradeci tudo e fui para o carro chorar.
Se tudo continuar igual dentro de dois dias a mãe volta para casa...eu....eu vou estar lá para cuidar dela enquanto fôr possível.
Força amiga 😢😢a vida é muito dura, sê forte.Ha palavras que ouvimos que nos tiram o chão e ficamos perdidas,coragem amiga ❤️😘.as melhoras tem fé 🙏❤️
ResponderEliminarOh Marina, que dor amiga. Que Deus te dê muita força para poderes proporcionar o melhor à tua mãe nesta fase. 😘
ResponderEliminarInfelizmente não posso fazer nem dizer nada para acalmar a sua dor, mas receba um abracinho muito apertado e dizer-lhe que estamos deste lado a rezar pelo melhor para a sua mãe, com o menor sofrimento possível. Beijinhos Ana
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