Podes ter o maior dos apoios, uma rede de amigos e incentivos, um marido que te apoia 100 %, filho presente, mas tens de ser tu lá na frente, tu a fazeres, a dar a cara e quando algo corre mal és tu que te sentes frustrada. Mesmo sem algo correr mal, ou menos bem, sentes sempre sobre ti uma pressão dificil de explicar, ou sou eu que sou extremamente exigente. Depois aparecem as dúvidas, as pequenas coisas que correm menos bem e zás vai tudo por água abaixo e sentes-te um cocó...
Ontem só dei conta de uma pequena escara numa orelha da mãe quando cá estavam as enfermeiras, fiquei furibunda comigo própria...Este medo que sempre me persegue de fazer errado...já devia ter desaparecido com a idade, mas insiste em permanecer...
Ontem faleceu aqui a vizinha que estava no hospital pela mesma altura da mãe, a mãe de uma amiga de infância, mas que mal saiu do hospital foi para um lar. A relação mãe e filha não era a melhor, estavam muito pouco juntas, não havia mesmo ambiente familiar, nada de Natais, de aniversários, muitas mágoas de infância, enfim vidas nem sempre perfeitas como gostaríamos. Hoje sinto-me triste por elas, pela mãe e pela filha que também tem uma filha e que espero esteja a fazer um bom trabalho. Quero hoje á tarde ver se consigo ir lá dar um beijinho, ficando o marido aqui a substituir-me.
Como estivemos de madrugada acordadas mãe e eu, ela depois que comeu dorme, ainda não a lavei, mas ás quatro da manhã mudávamos fralda, ela comeu, enfim, agora aguardamos pela hora de almoço, sendo que me apetecia enfiar na cama, está um frio do catano!!!
Só de ter esse apoio, facilita um bocado. Mas nem toda a gente o tem. Eu vi pela minha mãe, tinha-me a mim e eu sempre a trabalhar. Não foi fácil.
ResponderEliminarMas no fundo, o que conta são mesmo estes momentos. Fazemos tudo por eles.
Beijocas